Hoje
escrevo pra você! Meu ídolo, minha proteção, meu guardião, meu exemplo, meu
grande amor. Meu espelho de vida: Hernani, meu amado pai.
Quem
acompanhou meus passos, quem pôde estar ao meu lado por 20 anos. Um dos
responsáveis pelas primeiras manifestações de amor, afeto, valores. De onde
veio o colo, o sentimento de abrigo, o momento em que todos os problemas se tornavam
vazios.
Nas
horas de desespero, era pra você que eu corria. Sempre o considerei sábio,
sensato, sabedor do que é certo. Confiava minhas decisões a ti, abraçava tuas
opiniões (e ainda as abraço), porque sabia que eram ponderadas, emitidas por
quem tinha moral para tecer comentários. Por quem entendia de vida e entendia
de família. Entendia de ética, moral, disciplina, bom senso, profissionalismo,
autenticidade, responsabilidade, solidariedade... Alguém com um lado humano mais do que digno! São tantas coisas que mal consigo enumerar. Trago
uma ideia central: você soube ser pai! Um grande pai! O pai que precisei e que
ainda preciso. Minha referência!
Você...
Quem eu nunca consegui imaginar com um semblante envelhecido, embora fosse
maduro. Mesmo que pudesse ter vivido décadas além dos 48 anos que viveu, não te
veria nunca como um velho. Ainda que se sobressaíssem alguns singelos cabelos
brancos, a imagem que tive sempre foi de um pai jovem. E você era! Jovem de
idade, mas não de vivência.
Admirava
vê-lo correr, jogar futebol e soltar pipa com meu irmão. Aprendi a admirar a
forma como foi cuidadoso conosco, por tudo que abdicou em prol de sua família.
Lembro-me
de quando me ensinou a andar de bicicleta, correndo ao meu lado enquanto eu
pedalava. Lembro-me dos gibis que comprava, porque sabia que eu adorava ler.
Sempre que surgia o novo “Almanacão de Férias Turma da Mônica”, lá estava um
presente me esperando.
Lembro-me
da comida deliciosa que você fazia. Lembro-me das explosões de alegria quando o
time que torcia fazia gol (sobretudo quando ganhava do Flamengo). Lembro-me das
paródias que criava e cantava pra gente e do jeito como ensinou nosso cãozinho Splinter a latir (Pasmem!). Lembro-me até das broncas que eu
recebia quando ficava muito tempo usando o computador.
Lembro-me
do amor que você depositava na família. De como se orgulhava quando eu contava
sobre os feitos no colégio, no esporte, até na faculdade. De quando sorria ao
saber de coisas cômicas que meu irmão fazia, o caçula botafoguense, orgulho do
pai. Coisas simples, mas que faziam muito a diferença!
Nunca
tive coragem ou peito suficiente para falar tudo isso assim, de uma vez,
pessoalmente. Temos o péssimo costume de guardar para nós aquilo que de mais
belo sentimos, expondo uma vez ou outra. Mal nos atentamos sobre o quanto é
agradável ouvir o coração do outro. Mesmo que já tenhamos consciência de que os
sentimentos existam e são fortes, nunca é demais reiterá-los!
Tantas
lembranças do que poderia acontecer e não existiu. Saudades do que passou e
ficou na lembrança! Saudades, também, do que não passou, do que não pudemos
viver juntos. Tantos planos, tantos pensamentos sobre como seriam as coisas se
você ainda estivesse fisicamente aqui...
Meu
saudoso pai, tem noção de quanta falta nos faz? As
pessoas pensam entender, mas nem sempre entendem. Somente quem já passou por
situação semelhante consegue mensurar este sentimento: um misto de amor,
saudades, tristeza, carinho. Sua presença subsiste na ausência.
Saudades
diárias, impossível passar sequer um dia incólume. Nem o tempo, nem a distância,
nem a saudade consegue me separar do que você foi e ainda é! Nada me afasta de
tudo que representa pra mim. O amor só cresce! Orgulho por ser a sua filha, por
ter seu sangue, por ser parecida com você.
Quanto
amor! Quanto choro! Quantas saudades!
Junto
com a sua ausência, surgem os “porquês”. Por que foi tão cedo? Por que não deu
tempo de conhecer meus futuros filhos, seus futuros netos? Por que fui privada
da sua presença em meu futuro casamento? Por que não pude receber um abraço em minha colação de grau, quando tirei a nota máxima na monografia, quando fui aprovada em um concurso
público ou quando me tornei advogada? Por que não tenho mais você para contar
as coisas que vivo, as posturas que tomo? Por que não o tenho mais para puxar
minha orelha caso seja preciso?
Às vezes
fico perdida! Quantas noites de insônia e lágrimas! Sinto uma necessidade
imensa de conversar contigo, desabafar. Amor
eterno e saudades que se prolongam no tempo. Amor este que, neste momento, transborda pelos
olhos.
Que
você, pai, esteja bem onde estiver! Não quero decepcioná-lo nunca e espero que
sempre se orgulhe de mim.
Neste
dia em que se completam cinco anos sem a sua presença física, apenas desejo que
receba todo o meu amor, carinho, admiração! Penso em você todos os dias. Você está presente em mim.
Espero...
Até o dia em que nos encontraremos de novo! Até o dia em que as lágrimas serão
um alívio para o coração e a expressão da felicidade da alma. Até o dia em que a dor da saudade se transforme em uma doce lembrança, igual tantas outras que já tenho em relação a você, meu pai.
São os sinceros sentimentos da sua filha que te ama infinitamente,
Lilian
"Temos o péssimo costume de guardar para nós aquilo que de mais belo sentimos, expondo uma vez ou outra."
ResponderExcluirLila, certas coisas eu não entendo, uma delas é essa tal de morte. Guardamos sim, o mais belo e que suas lembranças a acompanhem sempre. Que você seja uma mãe admirável como foi seu pai. Porque amiga você já é.
Você tem uma alegria infinita!
Te gosto muito
Muito obrigada, Aninha. Você é uma das responsáveis pela minha alegria! Beijosss
ExcluirO que eu chorei ao ler este texto é algo que não tem nome...
ResponderExcluirÔ, Mano... espero que não fique triste. Agradeço seu comentário e a amizade de sempre! Beijoss
ResponderExcluirQue lindo! Me emocionei! Seu pai é tudo isso e muito mais! Peço todos dias sabedoria, para continuar esta jornada sem ele. Sei que sua presença e essência estará sempre conosco. Espero que um dia quando partir que vcs sintam orgulho por mim tb!!! Muito lindo e sincero o que escreveu. O amarei sempre, eternamente! É muito difícil continuar sem ele... Amo muito vc filha!
ResponderExcluirMãe... já sinto orgulho de você! Amo muito vocês dois, igualmente! Beijos da filha que te ama infinitamente.
ResponderExcluirOnde que fica a opção curti ?
ResponderExcluirAcho que nesse blog não tem, primo. rs
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