11 dezembro, 2007

Se arrependimento matasse...

...eu não mais existiria. Não nesse plano existencial, pelo menos. Mas isso é uma outra discussão. Deixemos dogmas e convenções de lado. Embora grande parte do que escrevo revelem um teor motivador, nesta postagem mostrarei também algumas insatisfações pessoais.

Provavelmente, todo mundo já se arrependeu de alguma coisa. Talvez por julgar pessoas antes de conhecê-las, ou por ter dito coisas que não deveriam ser ditas. Talvez por ter decepcionado pessoas queridas através de atos, ou mesmo omissões, quando era essencial que se tomasse uma atitude. No entanto, ao menos no meu caso, arrependo-me, sobretudo das coisas que não fiz. Principalmente pelas coisas que deixei de fazer por pura covardia; receio do que os “outros poderiam pensar”. Parece que todo mundo busca incessantemente se encaixar em um padrão. Tremenda hipocrisia! São nessas horas que me vejo como um fantoche. Alguém que se movimenta conforme as vontades alheias. Modelos comportamentais simplesmente são empurrados para nós, ditando aquilo que devemos ser, deixando de lado a essência da autenticidade. Está praticamente impossível ter uma personalidade propriamente dita face às exigências existentes a respeito do modo que se deve ser.

Porém, recordo-me de um detalhe: vejo-me sendo alvo de influências externas. Talvez algo que eu faça sem me preocupar com aqueles que me cercam, possa vir a trazer uma conseqüência inesperada para aqueles que convivem comigo. Daí a necessidade de não abandonar a dita política de boa vizinhança, ainda que no mais íntimo dos pensamentos haja, camuflada, porém indestrutível, uma forma de pensar diversamente da coletividade. E, assim, retorno ao velho dilema. Mas não é hora de se desesperar. Não ainda. (Risos)

Sabe que apesar de tudo, dá pra tirar um ponto positivo? Pois é! Já ouviu aquela frase “vivendo e aprendendo!”? Pois bem... Estes momentos complicados que superamos, os quais apelido de ‘bifurcações do pensamento’, nos tornam mais maduros. É a hora de aprender a dosar comportamentos levando em conta as prioridades em mente antes de optar pelo o que será feito.

Há algum tempo estudei a respeito de “Custo de Oportunidade”. É óbvio que isso não se aplica apenas à Economia, como também ao cotidiano. A idéia básica consiste em: para cada opção feita, dentre duas ou mais escolhas, haverá um custo de oportunidade. Sintetizando: cada escolha que se faz implica em uma conseqüência que se deve arcar. Para realizar algo, deve-se abrir mão de uma outra coisa.

Agora voltemos às ‘prioridades’...

Cada um atribui valores conforme a relevância que tratam tais assuntos. Será que realmente vale a pena nos privarmos de algo em busca de uma outra coisa que viermos a considerar mais relevante? Alguns têm convicção de que é certo o caminho que optaram. Outros, ainda questionam. Alguns em menor grau, outros em maior. É indiscutível que ninguém tem certeza de tudo. Sempre haverão dúvidas a respeito do agir. Resta saber se estamos em grau de lidar com as escolhas que fazemos obrigatoriamente e incansavelmente. E o principal: aprender com elas e saber aplicar o aprendizado adquirido em decorrência de uma iniciativa que ousamos tomar. Arrependimento também ensina a viver...e a pensar!

Vamos amadurecer as idéias...

6 comentários:

  1. Belo texto Lilian...
    Eu quando era mais nova, era muito tímida e isso me impedia de fazer a maioria das coisas que eu tinha vontade. Voltava pra casa arrependida de não ter feito as coisas ou não ter falado, eram horas amargas remoendo...
    Hoje, eu respeito minhas vontades muito mais frequentemente, aprendi a dizer sim e não. Arrependo-me agora daquilo que faço e não do que não faço. Fico horas remoendo... não com vontade de não fazer e sim com vontade de fazer diferente e melhor...rs

    beijos

    ResponderExcluir
  2. Tem coisas na vida que você só aprende vivenciando. Algumas pessoas que passam no seu caminho podem parecer idiotas, que estão falando bobagens. Ai um belo dia, vários anos depois, você descobre que eram sábias aquelas palavras.
    Uma coisa que nunca conseguiremos mudar é a visão distorcida das pessoas que criticam puramente para ser do contra, e que normalmente são profundamente presos a regras e normas sociais.
    As pessoas no passado ou hoje em dia, são apenas formigas, seguem rastros de quem passou na frente... Nem se perguntam pq estão naquele caminho.
    Sorte nossa que vemos tudo de cima, e não temos vergonha de errar ou mudar de opinião.
    Já pensou que podemos ser humanistas? :)

    ResponderExcluir
  3. bom texto! eu já me arrependi demais por não ter feito o que deveria fazer... hoje em dia isso está mudando em mim! =)
    adorei seu blog.
    beijo :*

    ResponderExcluir
  4. Passei para desejar-lhe um bom final de 2007 e um bom ano de 2008.

    Aproveito para LHE pedir que participe na blogagem colectiva que se realiza amanhã, dia 17, em prol da menina Flávia

    ResponderExcluir
  5. Assim como a dúvida, o arrependimento também faz parte de todo o ser humano. Eu me arrependo de uma ou outra coisa que fiz e/ou disse na minha vida, mas essencialmente me arrependo daquilo que deixei de fazer. Porém, ao contrário de você, as coisas que deixei de fazer, não tiveram influências externas. Fui eu mesma que me impedi, e ainda me impeço, às vezes, de fazer o que realmente quero. Sou muito racional, e isso é tão ruim, às vezes.
    Agora, mesmo que nossas atitudes muitas vezes influenciem a vida de outras pessoas, acho que temos que agir em prol de nós mesmos. Cada um de nós veio ao mundo com o objetivo de ser feliz, e somos nós os próprios responsáveis por esta felicidade. Nesse ponto, acredito no egoísmo. Nada de se podar em detrimento dos outros!
    Adorei o texto!
    Beijos, Lari!

    http://oelementofogo.blogspot.com

    ResponderExcluir
  6. Parabéns pelo texto, muito bom. Quando você diz: "Principalmente pelas coisas que deixei de fazer por pura covardia; receio do que os “outros poderiam pensar”"
    É comum termos receio do que os outros vão pensar de nós, é claro que devemos também nos atentar as possíveis consequências dos nossos atos, mas se vivermos pensando apenas por este lado possívelmente chegaremos aos 70 anos sem ter feito nada de que pudessemos nos orgulhar de nossa coragem por ter enfrentado os padrões estabelecidos pela sociedade, podendo dar certo ou não só saberemos de fato se arriscarmos e a vida é só uma, eu tomo como conselho para a vida "melhor se arrepender do que fez do que se arrepender do que não fez". No final das contas tudo serve como um aprendizado. A vida é só uma, para que nos privarmos de ser feliz ou de tentar ser feliz por meros julgamentos que podemos estar vulneráveis a receber. Aliás, fazendo ou não alguma coisa, sempre terá alguém te julgando... o que é comum.

    Um Feliz Natal para você e boas festas!

    ResponderExcluir