
Quando vemos um objeto ou uma situação, nem sempre os vemos como realmente são. O “ver” está intrinsecamente ligado ao “valorar”. Dá-se valor às coisas antes mesmo de ousar distingui-las. Um pré-conceito, um pensamento formado e submisso à habitualidade dos julgamentos imperativos do ambiente social que se vive.
Não escapamos disso. Raros são aqueles que têm a incumbência (moral ou profissional) de criticar antes e valorar depois. Geralmente, é ao contrário: primeiro se atribui valores, posteriormente se critica; o que pode perder a sua eficácia, já que ao se atribuir valores, torna-se difícil se desprender das tendências axiológicas previamente atribuídas.
Criticar, segundo uma concepção já idealizada por Reale e que vai de acordo com o que defendo também, significa atribuir novos valores e se desvincular de antigos aprendizados. Um olhar fugaz da coisa, não basta; tampouco um olhar infestado de influências. Talvez seja preciso examinar, apreender o objeto em foco, e, assim, “aprender a desaprender” para que seja viável o reaprendizado de maneira efetiva.
É possível, agora, ter uma noção do surgimento de um preconceito? Na minha humilde opinião (se é que ela vale alguma coisa), sim!