20 maio, 2009

Como se compra um sonho?


Certas coisas nos instigam a pensar se sabemos realmente quem somos. Se uma muralha que é capaz de defender todo um povo poderia sucumbir por não gozar de proteção emocional. Há pessoas presas no seu próprio mundo inundado de paradigmas e disfarces que, por si mesmas, fizeram brotar. Será que realmente sabemos quem somos?

A verdade é que não sabemos quem somos. Nos tornamos meros recipientes de informações; insensíveis, incrédulos, céticos, mas ainda assim, maravilhados com os mistérios. Incapazes de afirmar com veemência a não existência de algo além. Temos nossas dúvidas. Só se deixa de ser vazio como pessoa quando se passa por um choque de realidade. É isso que desencadeia o próprio processo de pensar, intuir, raciocinar, ainda que seja uma inteligência emocional.

Tudo que fugimos ou repudiamos, de alguma forma, se liga a nós. Se fugimos das crenças, passamos a crer. Se receamos a dor e as desgraças, procuramos vê-las aonde existem. Assistimos espetáculos da vida (e da morte), mesmo sabendo que alguns deles não nos farão bem se assistirmos. Somos teimosos; mais que isso, somos curiosos. É quase uma lei: o que mais tentamos esquecer é o que mais trazemos à tona e, de fato, nos recordamos. Somos prisioneiros de nossos medos, angústias, decepções, contratempos; justamente por não sabermos quem somos.

Quando será a hora de se despir das máscaras que nos fazem mecânicos (normais)? Quando aprenderemos a pensar em vez de simplesmente coletar informações e absorvê-las? Vale a pena crescer profissionalmente e decair como pessoa? Quanto vale desistir de viver intensamente por mera avareza, mesquinhez? Quando vamos admitir que temos limites emocionais e que, por mais que aparentemos sermos fortes, somos frágeis?

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Achou esse texto uma viagem? Não entendeu esse método socrático de expor idéias e levar alguém a pensar? Descubram de onde surgiu a minha inspiração: sintam-se convidados a ler o livro "O Vendedor de Sonhos", de Augusto Cury. Esta leitura vai te fazer refletir. E como diz o Daniel, “o livro vai falar com você”. Veja aqui a Sinopse





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Deixo um trecho do livro:


“_Uns têm uma loucura visível e outros, oculta. Que tipo de loucura você tem?
_Eu não. Eu sou normal! – reagiu impulsivamente o profissional de saúde mental. Enquanto isso, o vendedor de sonhos admitiu:
_Pois a minha é visível.

Em seguida, deu as costas e começou a caminhar com as mãos nos meus ombros. Três passos adiante, olhou para o alto e expressou:

_Deus, livra-me dos ‘normais’!”


Agora eu pergunto: Qual o seu tipo de loucura? Deixe-se levar por essa leitura envolvente. A propósito, esse livro foi o meu melhor presente. ;-)

Um comentário:

  1. Bom, não que o vendedor de sonhos seja excentrico, mas é a nossa sindrome de "normalpatia" que tem engessado nossa humanidade. Nossa felicidade está condicionada ao fator "status", até nossa atração pelas pessoas se desviaram do foco "ser humano" para seus bens. Cada vez mais buscamos nos apoiar em coisas que o próprio tempo se ocupa de desfazer. Podemos ter muito status, porém, estarmos vazios de nós mesmos, e onde poderemos "comprar" o que nos preenche?

    Uma vez fiz uma pergunta assim, numa sala de aula:

    "qual é o maior sonho de todos aqui?"

    Era comum: estudar para ter um bom emprego, uma casa grande, um carro do ano...

    Eu e outro professor de história percebemos que o sonho socialista nunca haveria de sair do campo utópico, justamente porque o sistema de poder nasceu dentro de cada ser e pensar numa sociedade comum a todos é tão utópico quanto mover aceitar que não se mudam as pessoas.

    Sempre quis ser professor porque imaginava mudar pessoas com idéias e palavras. Estava enganado. Eu mesmo fui vítima de um sistema.

    Mas, enfim, continuo sonhando, pois quem deixou de sonhar já morreu em vida.

    É uma excelente leitura esse livro, recomendo.

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