05 março, 2009

Para além da busca


“O destino une e separa pessoas. Mas nenhuma força é tão grande para fazer esquecer as pessoas que, por algum motivo, um dia nos fizeram felizes!"


A dita felicidade parece ser a exceção mais buscada, mais desejada durante à vida de todos. Incrível como nos fadamos em busca da felicidade, não obstante, ainda nos damos ao luxo de pensarmos que ela só pode residir em outra pessoa. Torna-se obrigatória, então, uma busca incansável atrás da felicidade em outras pessoas.

Além de buscarmos felicidades em outras pessoas, ainda conseguimos culpá-las caso não nos ofereça a tal felicidade. “Somos vítimas da infelicidade”. Nunca nos damos conta que somos reais algozes da nossa própria incapacidade de sermos felizes.

Em busca do complexo, para atingirmos o ápice da felicidade, deixamos fatos simples passarem despercebidos. Tal simplicidade poderia nos proporcionar uma felicidade tão intensa quanto à depositada em outras pessoas, em conquistas e demais motivações que pedem um esforço tão enorme que o preço, pago para tal felicidade, sai muito caro, talvez leve uma vida toda para alcançá-la. Enfim, a complexidade em acharmos e enxergamos a felicidade nos priva da própria.

Bom, eu não era diferente dessa “regra geral”. Como tal, quis ir atrás dela em “coisas complexas”. Na verdade, estive mais próximo da infelicidade por descobrir que a minha opção nem foi tão feliz. Mas, a felicidade está em todos os lugares, atentem para essa frase: “ a felicidade está em todos os lugares”. Sim, essa é a realidade, eu nem precisaria buscar em outras pessoas a felicidade, quando na verdade ela só pode residir em mim, muito menos buscar felicidade praticando o complexo(entendam complexo como algo difícil que nos transfere a sensação de realização). Eu nem precisava ir tão longe, mas foi só lá, longe, que descobri (não a felicidade) que a felicidade poderia estar na dor aliviada, na perda contida, no sorriso agradecido e até na descoberta que não é preciso de muito para atingi-la.

Existe uma máxima bíblica muito usada no meio militar que costumo entender e agregá-la para minha vida: “ quando a mente não pensa, o corpo padece”. Engraçado que foi justamente no meu erro que pude compreender a complexidade em uma simplicidade de criança, literalmente falando. Realmente, crianças não mudam, seja qual for o problema elas sorriem fácil e, através do sorriso, você descobre que a felicidade reside em qualquer lugar, BASTA QUE VOCÊ QUEIRA SER FELIZ.

Poderíamos parar de perder tempo em buscar a felicidade em tudo, menos em nós, e começarmos a ser felizes sem decreto, a revelia mesmo. Entre outras palavras, quem experimenta o gosto amargo de ver pessoas tão importantes partir da nossa vida se dá conta que existia tanta felicidade em coisas tão simples que se fazia, apenas com a presença da mesma. Em pouco tempo vi muitas pessoas que gostei partir repentinamente da minha vida, pessoas que como eu um dia pensaram que a felicidade estaria num sacrifício.

Aprendi a lição. Tento ao máximo sentir o prazer das coisas simples que acontecem em minha vida. E com isso aprendi a dar valor num abraço, num simples elogio e, mais do que nunca; APRENDI A ME DESPEDIR DAS PESSOAS QUE AMO COMO SE FOSSE À ÚLTIMA VEZ. Com toda intensidade que o momento requer, pois hoje ela me faz feliz e amanhã pode ser o motivo da minha tristeza.

Um comentário:

  1. Confesso que me tocou muito esse texto. Especificamente esse trecho: "quem experimenta o gosto amargo de ver pessoas tão importantes partir da nossa vida se dá conta que existia tanta felicidade em coisas tão simples que se fazia, apenas com a presença da mesma."

    Imprimi esse texto e li nessa madrugada, pouco antes de me deitar para dormir. Lembrei de momentos tristes e a sensação de angústia que estou passando. Chorei, senti saudades, fiz perguntas sobre os "por quês" da vida... Tudo com base na emoção do momento.

    Sei que para ter escrito algo assim, muitas lembranças vieram à tona. Algumas despertadas ainda ontem, em um lugar que você esteve e no que você viu: sorrisos de crianças. Te fez relembrar vários momentos... não é fácil, eu imagino! Sei que sua mente está relacionando constantemente situações do passado e do presente. Tudo lembra, tudo se liga àquilo que nos marcou um dia.
    Nos faz pensar que as crianças é que são felizes e são capazes de nos contagiar com um simples sorriso. A maldade, as preocupações, a desconfiança, o próprio fato de pensarmos demais nos faz perder a felicidade. Talvez nem vivamos intensamente por conta disso. A inocência de uma criança as torna felizes, pelo simples fato de serem CRIANÇAS. Legal isso, né?

    Como você disse, "a felicidade está em todos os lugares". Algo a se refletir... Não está na busca por desafios e no sentimento de realização; está na mais pura simplicidade. Se permita ser feliz, derrube os bloqueios que você mesmo impôs.

    O triste é pensar que um dia os motivos que atribuímos à nossa felicidade podem partir, repentinamente... Sejamos maduros para lidar com as perdas, mas também suficientemente sábios para percebermos que ainda existem muitos motivos para sermos felizes.

    Apegue-se a eles! Sorria sempre!

    Seja intenso e preserve ao máximo tudo aquilo que lhe proporciona ou acende, ao menos um pouquinho, uma luzinha de felicidade. Quem sabe a luz não aumente quando você perceber o quanto ela lhe faz bem e passe a alimentá-la?

    Daniel, de todo coração, seja muito feliz!!!

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