04 junho, 2013

O Abrir das Asas


À espreita, sempre observei tudo e todos. Sempre quis ir em frente, mas recuava. Não por medo, mas por comodismo. Estava acostumada a viver em meu intacto casulo. Sim, meu casulo! Imaginava que algum dia aquela prisão psicológica que tanto me freava pudesse se transformar em asas, e que eu pudesse partir. Claro que eu tinha os meios para romper o casulo, mas achei melhor esperar um pouco mais antes de “destrancá-lo”.

Vivia naquela mesmice, sempre no mesmo lugar, sem nada a fazer ou a acrescentar. E se eu sumisse, quantas pessoas sentiriam falta? E quando eu seria um marco na vida de alguma pessoa? Até onde eu poderia ser indispensável? Quando é que me enxergariam como alguém? Alguém que faria a diferença?

O dia chegou, o dia em que me coloquei em posição de decolagem. O dia em que quis conferir como realmente era o mundo, quando parei de considerar somente o meu mundo particular. Constatei que era realmente preciso voar, não como uma forma de fuga, mas uma maneira de conhecer novas realidades, de deixar de ser temerosa e crua de vivência.

Subi em cima da janela e sentei-me com os pés do lado de fora, apenas para observar as estrelas e pensar em tudo que poderia viver de hoje em diante. Questionei-me se alguém se preocuparia comigo em algum momento ou aspecto durante a minha jornada. Isso me freou. Foi quando ouvi um “Desça daí, menina!”. Não sei de onde veio a voz. Também não procurei saber, apenas a respondi:

_E por que eu deveria descer quando posso, daqui, presenciar um dos mais magníficos espetáculos dos céus durante uma encenação com meus pensamentos? Por que eu desceria, já que aqui sinto que sou alguém? Aqui, onde a personagem principal da história da vida sou eu?

E a voz me respondeu:

_Desça, menina! Desça porque você ainda terá muitos feitos, os quais não irão ocorrer se você permanecer aí parada. Vá e desvende o mundo! Esqueça os bloqueios! Cresça, amadureça, faça algo que te eternize!

Recolhi, então, meus pés que estavam apoiados do lado de fora. Dei uma última olhada para as estrelas, aquelas que foram testemunhas de todos os meus devaneios. Respirei fundo, fechei os olhos por alguns segundos. Quando os abri, estava determinada.  Sabia exatamente o que fazer, embora não soubesse o resultado dos meus atos. Fui guiada pela minha intuição.
Foi quando resolvi encarar a grande vista, a percepção que os meus olhos tinham ao fitar o ambiente através do lugar mais alto que pude alcançar. Do alto avistei desafios. Fui atraída por eles em uma busca incessante por realizar grandes feitos, algo que me fizesse sentir útil, indispensável e até notável.

Nesse momento optei, finalmente, por abrir as minhas asas e seguir em busca daquilo que certamente era meu mas que demorei a me apossar: o meu destino.

*Texto de minha autoria originalmente publicado no blog DIVERSIDADE CONVERGENTE.

NÃO GOSTO DE GAROTAS!


Sim, eu não gosto de garotas! Eu, um cara beirando os trinta anos, descubro agora que não gosto de garotas.  Garotas são irrelevantes!

Eu não gosto de meninas que se fingem de mulheres. Não gosto de garotas que leem 50 tons de cinza e se apaixonam pelo Christian Grey. Maldito Grey!

Não gosto de garotas que tentam ser diferentes e se tornam iguais a todas as outras. Odeio essas modinhas!

Eu não gosto de garotas que, quando acuadas pela falta de inteligência, quando surpreendidas com argumentos, atacam da pior forma possível, com ignorância. Elas e a falta de capacidade de pensar. E quando acham que pensam, partem de premissas erradas de que são mulheres.
Eu não gosto de garotas que pensam que são mulheres.

E não pensem que estou falando de adolescentes. As piores, para mim, são as “garotas” de 30 e poucos anos. Será que não perceberam que o tempo passou e a cabeça delas parou? Esse retardo intelectual proposital é o pior de todos. Beira o ridículo!

Tento não ser prepotente, mas realmente não gosto de garotas. Meu gosto tem se tornado peculiar (ainda bem), mas o mercado é escasso. Pelo menos tem sido para mim. Não sei se fui eu que cavei tudo isso com a minha vida louca e sem limites. Atraí as piores espécimes, as que achei que gostaria de ter, mas não quero mais. Afinal acordei e agora quero sair dessa vida vazia. Não é querer demais buscar por mulheres de verdade, é?

Mulher não se resume a peitos e bundas. Aprendam! Isso é só passatempo!

Não me olhem como se eu estivesse com o estereótipo de “bad boy”. Não quero ter esse estigma em mim. Não sou um macho que se diga dominante, não quero apenas procriar. Sou bem mais do que isso. As pessoas deveriam saber enxergar além da “casca”. Sim, confesso que espero mais das pessoas. É uma coisa tão simples e tão complexa! Tudo está banalizado: o corpo, a mente, os valores.

Apenas não suporto ter a minha inteligência subestimada. Ora, ora, ora! Não sou todo hormônios, por favor! Já fui, mas recentemente despertei a vontade de também usar o cérebro.

Sei que pessoalmente posso não ter muitas qualidades, mas será que encontrarei alguém que goste das poucas que tenho? Alguém que também saiba conviver com meus defeitos? É muito difícil encontrar a minha outra metade! É, admito, preciso que alguém me complete. Ninguém é completamente autossuficiente. Todo mundo carrega alguma carência. Carência afetiva, principalmente!

Sei que preciso de alguém que acrescente alguma coisa boa à minha vida. Não quero mais saber de figurinhas, muito menos as repetidas e que já passaram nas mãos de muitos. Céus! É querer demais isso? Querer encontrar alguém que divida os problemas, as alegrias, as confidências, os planos e, por que não, a cama?

Estou exausto! Cansado de baladas, de garotas, de noitadas. Isso cansa! Tanta coisa vazia consome muito o meu tempo. Tenho ocupado meu tempo com um nada quase que absoluto, mas aprendi a odiar desperdícios. Quero sair desse retrocesso!

Deixem-me, por favor, curtir essa corriqueira ressaca moral/pessoal/opcional.

* Texto de minha autoria originalmente publicado no blog Diversidade Convergente.